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sábado, 12 de fevereiro de 2011

V I domingo comum


“Ouvistes o que foi dito aos antigos… Mas eu vos digo” (Mt 5,21-22). Somente se Jesus é Deus pode fazer algumas alterações nas tradições dadas por Deus no Antigo Testamento. E Jesus é Deus!

É incrível como algumas comunidades ainda hoje insistem em alguns preceitos antigos, mas que foram totalmente abolidos pela realidade autenticamente cristã: observar sábados, não comer carne de porco, não realizar transfusões de sangue, estabelecer a saia ou o vestido como indumentárias únicas para as mulheres etc. Essas coisas caducaram: “ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo” (Cl 2,16-17). Enquanto se insistem nessas “sombras da realidade”, é possível que coisas mais importantes sejam descuradas como aquelas que o Senhor nos diz no Evangelho de hoje: viver a caridade para com todos, guardar o coração puro e casto, viver na verdade em todo momento.

A coerência é, sem dúvida, uma dessas realidades que não podem ser negligenciada por um cristão. Não é coerente, por exemplo, criticar as riquezas do Vaticano, que são patrimônio da humanidade, e, ao mesmo tempo, ter o coração fechado para os demais. Prefiro aqueles ricos que vão ao Vaticano admirar essas mesmas riquezas, mas são capazes de abrir o coração e ajudar os mais necessitados. O Santo Padre, que mora no Vaticano, é um dos que mais ajuda os pobres.

É muito mais fácil andar por aí defendendo a liberdade das mulheres no uso do seu próprio corpo e, ao mesmo tempo, proibir outros seres humanos de nascerem. Esses defensores da liberdade só conhecem um lado da liberdade. No entanto, é preferível a defesa da dignidade das mulheres com a defesa simultânea da defesa da dignidade dos outros seres humanos não nascidos. Defender uma verdade é algo louvável, defender duas é duas vezes louvável! Somente as pessoas inteligentes podem conjugar duas verdades aparentemente contraditórias. No entanto, uma verdade não pode contradizer outra verdade. A dificuldade que a inteligência encontra está no raciocínio equivocado, não nas realidades. Caso eu, delirando, veja dois postes onde há somente um, o problema não está no poste que de repente teria se multiplicado (?!), o problema será a minha loucura ou enfermidade.

Os exemplos poder-se-iam multiplicar, mas não é o caso. O importante é que estejamos atentos ao “EU” de Jesus, à autoridade de Jesus. O importante é que não substituamos a verdade de Deus pelas supostas “verdades” que pululam nos grandes meios de comunicação. O importante é que sejamos cristãos de verdade e entremos, cada um, com liberdade e responsabilidade pessoais, nos meios de comunicação e anunciemos a Verdade que liberta, Jesus Cristo.

Ouvistes o que foi dito aos antigos, ouvistes o que se disse aos novos, ouvistes o que se diz na televisão, na rádio e em tantos outros lugares. É bom informar-se! Jesus, porém, nos recorda: “Eu, porém, vos digo”. O Senhor diz a todos nós que o Evangelho é sempre moderno, que nós não precisamos ter medo de dialogar com a cultura contemporânea. Com outras palavras, a evolução das espécies não pode diminuir a nossa fé, o heliocentrismo (ou outra teoria que surja) tampouco a aumenta ou diminui; as riquezas do Vaticano e a pedofilia já provada de alguns presbíteros não deveriam abalar os cimentos do nosso amor a Deus e à sua Igreja Católica; a corrupção dos costumes, em lugar de implicar um retrocesso na nossa caminhada cristã, deveria ser um desafio para a nossa inteligência e a nossa vontade iluminadas pela fé. Enfim, qual é o fundamento da minha fé? Jesus Cristo, Deus verdadeiro e Homem verdadeiro. Nele se pode confiar sempre!

Que o senhor nos ajude a viver o caminho da vida sempre.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ja não sei viver sem seu amor.


A oração é um trato de amizade com Deus" nos ensina Santa Teresa. Adorar a Deus em espírito e em verdade é fazer a experiência de buscar o Senhor por amor, reconhecer que já não podemos caminhar sem esse amor. Ele nos seduziu, nos atraiu para si e agora é impossível viver sem o Seu amor.

Quando compus a música “Juras de Amor”, meu coração estava inflamado de amor por Deus. Vivi a experiência do profeta Jeremias: o Senhor me seduziu! Minha alma e todo o meu ser não sabem fazer outra coisa senão amar a Deus. O coração dos adoradores não tem outra motivação para a oração senão o amor a Deus. É o amor a Deus que nos impulsiona, nos move.

Adorar é, portanto, um diálogo de amor. A adoração é um Dom de Deus e não um esforço nosso. O primeiro passo sempre é de Deus. É ele quem toma a iniciativa de estar conosco, de se relacionar conosco para estabelecer uma relação íntima, de amizade. Por isso, a adoração não só é um desejo do nosso coração, é um desejo de Deus.

Porém, o pecado original foi colocado em nós pelo demônio para contrastar tudo aquilo que Deus quis fazer de bom. O Livro da Sabedoria explica que foi pela inveja que o demônio tem de nós que o pecado entrou no mundo, a doença, a morte, a desgraça e tudo que de mau existe. Ele, invejoso daquilo que recebemos e que ele tinha perdido, fez de tudo para que não adorássemos o Senhor e colocou em nós, pelo pecado original, essa indisposição. A indisposição que você sente vem do pecado original, por isso não estranhe em senti-la.

Não é que você não queira ou não saiba adorar, mas é que o pecado original trouxe a você essa indisposição para adorar e rezar. Mas você precisa combater essa indisposição. Mesmo indisposto, insista em adorar a Deus. Em geral, as pessoas acham que se adorarem quando estiverem indispostos estarão fazendo algo falso. Não é nada disso! Essa indisposição não é sua; ela é resultado do pecado original.

Cada um de nós tem um coração de adorador que precisa ser trabalhado, desenvolvido para crescer no Dom da adoração. Insisto, essa indisposição que você sente para não adorar não é sua. Este trabalho para crescer na adoração consiste num acolhimento da graça de Deus. Sim, é um dom que Deus quer nos dar pela ação do Espírito Santo. É dom, é preciso, em primeiro lugar, acolher.

O coração de adorador não é algo que vamos comprar com os nossos esforços, mas que vamos acolher com a nossa liberdade. É um exercício, contínuo e frequente, de todos os dias. É um trato de fidelidade e sinceridade com Deus. É um desejo de também demonstrar a Ele todo o nosso amor.

Deus abençoe você! Seu irmão, Monsenhor Jonas Abib Fundador da Comunidade Canção Nova e Presidente de Honra da Fundação João Paulo II

Dom joão Brás se despede de Brasília

No domingo, 13, acontece a Missa de despedida do Arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz. A celebração será na Catedral Metropolitana de Brasília às 9h30 com a presença de todo o clero brasiliense.

A animação musical será de responsabilidade do coral de mil vozes, que se apresentou durante o XVI Congresso Eucarístico Nacional.

Em seguida, o novo prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada viajará para Roma e assume o Dicastério romano. O sucessor de Dom João na função de arcebispo de Brasília ainda não foi nomeado.

“Nestes quase sete anos na Arquidiocese, experimentei a graça de servir a uma Igreja unida, fiel e generosa! Confio esta nova etapa de minha vida ao Senhor, que pode me sustentar", comentou Dom João.

O Arcebispo confessou ainda que sentirá saudades de Brasília, mas que “partir é preciso para continuar sua missão. “Amei apaixonadamente esta Santa Igreja”, revelou.

Histórico

Dom João Braz de Aviz nasceu em Mafra, Diocese de Joinville (SC), em 24 de abril de 1947. Após ter frequentado os estudos filosóficos no Seminário Maior Rainha dos Apóstolos, de Curitiba, e na Faculdade de Palmas (PR), completou os estudos teológicos em Roma, junto à Pontifícia Universidade Gregoriana, e foi laureado em Teologia Dogmática junto à Pontifícia Universidade Lateranense, em 1992.

Foi ordenado sacerdote em 26 de novembro de 1972 e encardinado na Diocese de Apucarana. Em 6 de abril de 1994, foi eleito para a Sede titular de Flenucleta, como Auxiliar da Arquidiocese de Vitória, e recebeu a consagração episcopal em 31 de maio do mesmo ano. Transferido como Bispo de Ponta Grossa (PR) em 12 de agosto de 1998, foi promovido a Arcebispo de Maringá em 17 de julho de 2002 e nomeado Arcebispo de Brasília em 28 de janeiro de 2004.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

V domingo comum


Pode acontecer que venha a faltar luz em casa. Caso seja durante o dia, não há problema, a não ser que estejamos vendo algo na televisão. Graças a Deus, e à técnica, os celulares funcionam com baterias que podem durar de três a quatro dias. Ainda que seja verdade que quando se trata de um iPhone, e caso essa máquina seja muito utilizada, logicamente a bateria durará muito menos. Ao contrário, durante a noite, quando a luz falta, incomoda bastante. De repente, tudo fica escuro, não podemos ver os outros nem a nós mesmos; é preciso, então, ter cuidado para não pisar as crianças, nem o rabo dos cachorros, tampouco dar um passo em falso na escada. Nesse momento, se agradece encontrar aquele pedacinho de vela que outrora fora deixado de lado: se trata duma pequena luz, mas é luz. Depois de uma hora ou duas, três horas ou mais, a luz costuma voltar. E parece que tudo volta ao normal. Com se pode observar, não é tão evidente que nós vejamos “com os olhos”, parece mais evidente que vemos com a luz.

Que tem luz vê; que não a tem, ainda que tenha olhos, não vê nada! “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). Nós, os cristãos, somos verdadeiramente a luz que ilumina os nossos ambientes! Por nossa causa é que o mundo pode enxergar. Mas por quê? Porque nós fomos iluminados por aquele que é a luz, Jesus. “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (Jo 9,5). Enquanto estou no mundo… ?! Mas, e depois da sua Ascensão? Nós somos a luz do mundo, Jesus continua iluminando através de nós.

Conta-se que Jesus, no dia da sua Ascensão aos céus, se encontrou com S. Gabriel Arcanjo que vinha, caminho contrário, cumprir alguma missão aqui na terra. Gabriel, ao ver o Senhor subindo aos céus e que a terra ficaria sem ele, olhou também para o planeta e observou um cenário curioso: a terra estava coberta por uma nuvem negra e o contraste negro-azul não resultava muito agradável a não ser por uns poucos, pouquíssimos, pontos de luz. Chamou a atenção do arcanjo o ambiente desolador, mas chamou-lhe mais imperiosamente a atenção a existência desses poucos pontos de luz. O arcanjo perguntou então ao Senhor: “e aqueles pontos de luz? O que são?” Jesus respondeu: “são a minha mãe e os meus outros discípulos. Eles vão iluminar toda a terra”. Gabriel, conhecendo a debilidade humana, depois de pensar um pouco, disse: “Senhor, excetuando a tua mãe, e se eles falharem?”. Ao que Jesus respondeu: “Eu não tenho outros planos”. Dito isso, Jesus continuou ascendendo rumo ao Pai.

No começo da humanidade, quando esta falhou em Adão, Deus tinha um “plano B”. O “plano A” era que Adão e Eva fossem fiéis e vivessem para sempre em amizade com Deus. Quando eles pecaram, Deus colocou em ação o plano B: a salvação por meio do seu Filho. A extensão dessa salvação, no entanto, conta com a nossa colaboração. Nós somos a luz do mundo! Existe o “plano C”? A revelação de Deus que chegou até nós através da Sagrada Escritura e da Tradição da Igreja não nos fala de um suposto “plano C”. O que nos foi revelado – e é de notar-se que não acontecerá outra revelação pública e que tudo nos foi dito em Cristo – é que Deus veio à terra e nos salvou e que ele conta conosco para estender essa salvação a cada homem, a cada mulher.

Nós, filhas e filhos de Deus, temos um papel insubstituível. Se nós falharmos, o mundo se perde! Grande responsabilidade! Grande motivo de ação de graças! Grande oportunidade para aproveitarmos os tempos e evangelizarmos, convidando todos à amizade com Deus! Ele conta conosco. Nós somos a luz e, sem nós o mundo estaria na escuridão mais terrível, no apagão geral mais tenebroso que poderia acontecer.

Quando a Igreja alça a sua voz dando critério nas coisas humanas, inclusive na vida político-econômica, ela sempre o faz tentando iluminar essas realidades terrestres com a luz de Cristo. Se ela, que é luz, e se os cristãos, que são luz, não falarem e não atuarem, o mundo ir-se-ia afundando nas trevas mais profundas. Nós precisamos aproveitar todas as ocasiões para anunciar a Cristo, para iluminar com a luz de Cristo, para queimar com o fogo de Cristo que ilumina e aquece e do qual nós somos os portadores. A política, a economia, o mundo esportivo, os lazeres, as fábricas, os comércios, e todo lugar onde um cristão pode estar honradamente, são lugares onde se deve alçar a Cruz do Senhor, que é luz, paz, alegria, responsabilidade e liberdade, vida nova.

Não podemos permitir que o mundo pereça nas trevas. Sem nós, que somos luz do mundo, tal coisa aconteceria. Logicamente, o panorama é vasto, as dificuldades são patentes e as forças são limitadas. No entanto, a nossa limitação não é um problema para ser luz, e sim a possibilidade de sê-la. São Josemaría Escrivá expressava essa realidade da seguinte maneira: “Lança para longe de ti essa desesperança que te produz o conhecimento da tua miséria. – É verdade: por teu prestígio econômico, és um zero…, por teu prestígio social, outro zero, e outros por tuas virtudes, e outro por teu talento… Mas, à esquerda dessas negações está Cristo… E que cifra incomensurável resulta!” (Caminho, 473).

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

3 de ferevereiro São Brás


O santo de hoje nasceu na cidade de Sebaste, Armênia, no final do século III. São Brás, primeiramente, foi médico, mas entrou numa crise, não profissional, pois era bom médico e prestava um ótimo serviço à sociedade. Mas nenhuma profissão, por melhor que seja, consegue ocupar aquele lugar que é somente de Deus. Então, providencialmente, porque ele ia se abrindo e buscando a Deus, foi evangelizado. Não se sabe se já era batizado ou pediu a graça do Santo Batismo, mas a sua vida sofreu uma guinada. Esta mudança não foi somente no âmbito da religião, sua busca por Nosso Senhor Jesus Cristo estava ligada ao seu profissional e muitas pessoas começaram a ser evangelizadas através da busca de santidade daquele médico.

Numa outra etapa de sua vida, ele discerniu que precisava se retirar. Para ele, o retiro era permanecer no Monte Argeu, na penitência, na oração, na intercessão para que muitos encontrassem a verdadeira felicidade como ele a encontrou em Cristo e na Igreja. Mas, na verdade, o Senhor o estava preparando, porque, ao falecer o bispo de Sebaste, o povo, conhecendo a fama do santo eremita, foi buscá-lo para ser pastor. Ele, que vivia naquela constante renúncia, aceitou ser ordenado padre e depois bispo; não por gosto dele, mas por obediência.

Sucessor dos apóstolos e fiel à Igreja, era um homem corajoso, de oração e pastor das almas, pois cuidava dos fiéis na sua totalidade. Evangelizava com o seu testemunho.

São Brás viveu num tempo em que a Igreja foi duramente perseguida pelo imperador do Oriente, Licínio, que era cunhado do imperador do Ocidente, Constantino. Por motivos políticos e por ódio, Licínio começou a perseguir os cristãos, porque sabia que Constantino era a favor do Cristianismo. O prefeito de Sebaste, dentro deste contexto e querendo agradar ao imperador, por saber da fama de santidade do bispo São Brás, enviou os soldados para o Monte Argeu, lugar que esse grande santo fez sua casa episcopal. Dali, ele governava a Igreja, embora não ficasse apenas naquele local.

São Brás foi preso e sofreu muitas chantagens para que renunciasse à fé. Mas por amor a Cristo e à Igreja, preferiu renunciar à própria vida. Em 316, foi degolado.

Conta a história que, ao se dirigir para o martírio, uma mãe apresentou-lhe uma criança de colo que estava morrendo engasgada por causa de uma espinha de peixe na garganta. Ele parou, olhou para o céu, orou e Nosso Senhor curou aquela criança.

Peçamos a intercessão do santo de hoje para que a nossa mente, a nossa garganta, o nosso coração, nossa vocação e a nossa profissão possam comunicar esse Deus, que é amor.

São Brás, rogai por nós!