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sábado, 27 de março de 2010

Domingo de Ramos Ano C


Acompanhar a Cristo

Você já pensou em ser durante essa semana santa um personagem em cena durante a Paixão do Senhor? De que lado você vai estar? Senhor, de que lado eu me encontro? Muitas pessoas do Evangelho aparecerão à nossa mente com as suas peculiaridades, temperamentos, fraquezas, covardias, valores. Entrando no santo Evangelho, nós procuraremos estar presentes durante os sofrimentos do Senhor já que todo o Mistério Pascal faz-se atual nestas celebrações litúrgicas da Semana Santa.

Jesus Cristo, que com apenas uma só gota de sangue poderia salvar-nos, vai ao encontro do mais horrendo dos suplícios, transformando-o assim em sinal de salvação. Ele não manda ninguém para sofrer por nós, Deus vem para morrer por cada um de nós, morre em sua humanidade para levar-nos à divindade.

O historiador latino Suetônio conta de um velho soldado romano, que foi citado para comparecer ao tribunal, que encontrando o César pediu-lhe que o defendesse. César ficou surpreendido pelo atrevido pedido; contudo, para mostrar sua magnanimidade, disse ao soldado: “Enviarei alguém em meu lugar”. Então o velho guerreiro abriu a túnica, descobriu o peito e mostrando as feridas disse: “César, quando no combate uma lança ia atravessar o teu corpo, não enviei ninguém em meu lugar para te defender”. Jesus teve coragem, ele mesmo veio para defender-nos, para libertar-nos, para salvar-nos. Nele sim, podemos confiar!

Diz Santo André de Creta: “acompanhemos o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão e imitemos os que foram ao seu encontro. Não para estendermos à sua frente, no caminho, ramos de oliveira ou de palma, tapetes ou mantos, mas para nos prostrarmos aos seus pés, com humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima, e acolhermos aquele Deus que lugar algum pode conter.” O mesmo santo continua: “em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo revestidos de sua graça”.

Neste Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, vemos que Jesus aceita as honras que lhe são feitas. Porém, as pessoas que agora se mostram súditas do reinado de Cristo não percebem que Cristo reina diferente; o povo que o aclama como rei, gritará com rebeldia: “crucifica-o”. Jesus também aceita que aquela piedosa mulher gaste com ele um perfume muito caro. E eu, o que eu posso fazer nesta semana tão especial que acaba de começar? Eu posso ser mais atencioso no trato com Deus, na oração; parar de reclamar tanto perante as contradições da vida; oferecer as minhas dores a Deus aceitando a sua Vontade santíssima; ser menos preguiçoso, menos pessimista, menos oportunista. O que eu ainda posso fazer? Diga ao Senhor que você deseja que não sejam apenas palavras ao ar, mas que são sinceras e transformar-se-ão em ações. Diga-lhe que você levará o perfume precioso das suas virtudes a Ele. Caso você não consiga levar esse perfume das virtudes, levará ao menos o esforço dedicado e sem desculpas. Os nossos ramos de oliveira precisam ser ramos espirituais. Nós mesmos precisamos ser quais ofertas agradáveis a Deus e prostrar-nos no chão para que Ele passe sobre nós.

Exceto João, jovem e virginal, os outros apóstolos fugiram. Convence-me bastante a idéia de que João permaneceu fiel aos pés da cruz do Senhor não só porque era jovem e puro, que é muito importante, mas porque estava acompanhado da Mãe de Jesus. Peçamos a Nossa Senhora que nos acompanhe nesta Semana Santa para que possamos permanecer firmes com o Senhor aos pés de sua cruz. Peçamos a ela que nos ensine a viver o segredo da fidelidade e da perseverança, o amor. Quem está com Maria está firme e suporta tudo por amor a Deus.

Feliz Semana Santa para todos. Deus vos abençoe!!!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Parabéns, Comunidade Obra de Maria.



Hoje realmente é dia de festa, junto com a Anunciação nós da Obra de Maria Festejamos nossos vinte anos de fundação, anos de alegria e de luta. É uma grande alegria para nós comemorarmos exatamente no dia da Anunciação a nossa fundação é uma festa dupla já que pelo nosso nome proclamamos nosso amor e admiração a Maria Santíssima.

Particularmente hoje eu louvo a Deus por essa comunidade pela pessoa do Gilberto Barbosa nosso fundador e Maria Salomé nossa co-fundadora que juntos são movidos pelo Santo Espírito e nos conduz a incessante busca da salvação. Para mim é um grande prazer fazer parte dessa família. Felicito a cada irmão de comunidade.


Parabéns, Obra de Maria


Pe. Josenilson

Anunciação



Hoje comemoramos com grande alegria a Festa da Anunciação, festa na qual contemplamos a "plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele em quem habitará "corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). A resposta divina à sua pergunta "Como se fará isto, se não conheço homem algum?" (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: "O Espírito Santo virá sobre ti" (Lc 1,35).

Maria é a escolhida que encontrou graça aos olhos de Deus, com sua simplicidade e obediência deu seu consentimento ao Mistério da Encarnação quando pronunciou o 'fiat" (faça-se). Para ser a Mãe do Salvador, Maria "'foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como "cheia de graça". Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.

A partir do consentimento dado na fé e mantido sem hesitação sob a cruz, a maternidade de Maria se estende aos irmãos e às irmãs de seu Filho "que ainda são peregrinos e expostos aos perigos e às misérias". Jesus, o único Mediador, é o Caminho de nossa oração; Maria, sua Mãe e nossa Mãe, é pura transparência dele. Maria "mostra o Caminho" ("Hodoghitria"), é seu "sinal" conforme a iconografia tradicional no Oriente e no Ocidente.

Com tanta beleza e simplicidade basta a nós filhos e herdeiros de um lindo tesouro (ter Maria como mãe) nos espelhar e aprender a cada dia com ela a dizer sim aos planos de Deus na nossa vida e principalmente para ajudar na salvação das almas.

Maria Santíssima rogai por nós!

Deus abençoe

Padre Josenilson


Dom Alberto Taveira Corrêia













É com muita alegria que mostro a vocês um pouco da história desse grande homem de Deus Dom Alberto Taveira Corrêia. Que amanhã tomara posse da Arquidiocese de Belém. Esses dois vídeos conta com simplicidade parte da sua vida.

A cerimônia de posse do 10º Arcebispo de Belém será dividida em duas partes: a posse canônica e a Celebração Eucarística.A primeira tem início ainda do lado de fora da Catedral. Dom Alberto irá abrir as portas da igreja da Sé, beijará a cruz e entrará no templo abençoando o povo. O evento de posse começa com a leitura da “Bula de Nomeação”, emitida pelo Papa Bento XVI. A bula é mostrada ao povo e ao Colégio de Consultores. Após a leitura do documento pontifício, iniciam-se os pronunciamentos, dentre eles, o do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, em nome do Vaticano. Após este momento, o novo Arcebispo de Belém sentará pela primeira vez na cátedra (cadeira episcopal) e receberá o báculo, símbolo do seu pastoreio, das mãos do Núncio Apostólico. Logo depois os bispos se paramentam para dar início à Santa Missa

domingo, 21 de março de 2010

A consciencia como nosso grande juiz!!!


V Domingo da Quaresma Ano C

Esta expressão é do Evangelho desse domingo: às palavras de Jesus, os escribas e os fariseus “sentindo-se acusados pela própria consciência” retiraram-se (Jo 8,9). Está claro que tanto a mulher quanto aqueles zelosos custódios da lei de Moisés sentiam-se acusados, quiçá também se viam acusados todos aqueles que vieram para escutar a Jesus e inclusive o homem que cometeu adultério com aquela mulher. A consciência da mulher adúltera a acusava; talvez, no começo, menos por ter pecado contra Deus que pelo fato de ter sido flagrada. Ao encontrar-se com Jesus, aquela mulher foi mudando de atitude: tendo a Jesus diante de si, escrevendo no chão algo desconhecido, numa atitude paciente e acolhedora, a mulher adúltera foi percebendo que estava diante de alguém que a compreendia de verdade.

A consciência dos fariseus e escribas também não os deixava em paz, eles tinham a Jesus diante de si, também contavam com a compreensão do Senhor e, no entanto, não se arrependeram. Sentiram-se acusados sem arrependimento. De fato, existem momentos em que podemos sentir-nos acusados sem nenhuma referência a Deus, simplesmente por orgulho e amor próprio. Essa “acusação da consciência” não começa nem termina em Deus.

Aproximemo-nos cada vez mais do “do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar graça de um auxílio oportuno” (Hb 4,16), pois faltam poucos dias para que celebremos a Páscoa do Senhor, o acontecimento central da história da humanidade. Nesses dias, estamos procurando receber a graça e a misericórdia no sacramento da confissão. Daí a importância de que nos sintamos acusados no mais íntimo do nosso ser; que a nossa consciência, esse sacrário de Deus donde ele nos fala, se sinta sacudida nesses dias.

Não tenho dúvida que o irmão que tem esse texto diante dos olhos nesse exato momento sabe o que é o exame de consciência. Caso me permita, vamos falar um pouco mais dessa prática cristã tão antiga e tão atual. Ao examinar-nos todos os dias, deveríamos pedir ao Senhor que nos ajude a ver as nossas atitudes como ele as vê: os nossos pensamentos, as nossas palavras, os movimentos mais íntimos do nosso coração e todas as nossas ações. Desta maneira, a acusação que a consciência provoca em nós diante duma ação má, começará e terminará em Deus provocando uma espécie de tristeza salutar: “a tristeza segundo Deus produz um arrependimento salutar de que ninguém se arrepende, enquanto a tristeza do mundo produz a morte” (2 Cor 7,10).

O exame de consciência, especialmente para os que começam com essa prática piedosa, poderia reduzir-se a três perguntas. A primeira: o que eu fiz de bom no dia de hoje? Essa pergunta ajuda não só a dar glória a Deus por todo o bem que ele nos fez, mas também a ser otimistas e não ficar pensando que tudo vai mal. Não é falta de humildade reconhecer os nossos talentos e dons se esse reconhecimento vai acompanhado de ação de graças: obrigado, Senhor! Segunda pergunta: o que eu fiz de mal? Neste momento veremos, com calma e dor de amor, que ofendemos o nosso Deus que é amor, que somos ingratos, que pecamos: perdão, Senhor! A terceira pergunta inclui o desejo de alcançar algumas metas na vida espiritual: o que eu posso fazer melhor? Muitas coisas, mas é preciso especificar: amanhã não xingarei, terei mais paciência com o meu patrão, não ficarei olhando as mulheres que passam pela rua, não darei “patadas” nos outros etc. Peça: ajuda-me, Senhor! Termine com um ato de contrição: “Senhor Jesus, Filho de Deus, tende piedade de mim, que sou um pecador.” Amanhã, será um dia melhor. Ah, se você percebeu que precisa se confessar, não perca tempo: peça hoje mesmo o Sacramento da Confissão.


quarta-feira, 17 de março de 2010

Confissão



Entenda um pouco mais sobre o sacramento da reconciliação.


1. O QUE É A CONFISSÃO?

Confissão ou Penitência é o Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para que os cristãos possam ser perdoados de seus pecados e receberem a graça santificante. Também é chamado de sacramento da Reconciliação.

2. QUEM INSTITUIU O SACRAMENTO DA CONFISSÃO OU PENITÊNCIA?

O sacramento da Penitência foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo nos ensina o Evangelho de São João: "Depois dessas palavras (Jesus) soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23).

3. A IGREJA TEM A AUTORIDADE PARA PERDOAR OS PECADOS ATRAVÉS DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA?

Sim, a Igreja tem esta autoridade porque a recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu" (Mt 18,18).

4. POR QUE ME CONFESSAR E PEDIR O PERDÃO PARA UM HOMEM IGUAL A MIM?

Só Deus perdoa os pecados. O Padre, mesmo sendo um homem sujeito às fraquezas como outros homens, está ali em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. Ele é o ministro do perdão, isto é, o intermediário ou instrumento do perdão de Deus, como os pais são instrumentos de Deus para transmitir a vida a seus filhos; e como o médico é um instrumento para restituir a saúde física, etc.

5. OS PADRES E BISPOS TAMBÉM SE CONFESSAM?

Sim, obedientes aos ensinamentos de Cristo e da Igreja, todos os Padres, Bispos e mesmo o Papa se confessam com frequência, conforme o mandamento: "Confessai os vossos pecados uns aos outros" (Tg 5,16 ).

6. O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER UMA BOA CONFISSÃO?

Para se fazer uma boa confissão são necessárias 5 condições:

a) um bom e honesto exame de consciência diante de Deus;

b) arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo;

c) firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter;

d) confissão objetiva e clara a um sacerdote;

e) cumprir a penitência que o padre nos indicar.

7. COMO DEVE SER A CONFISSÃO?

Diga o tempo transcorrido desde a última confissão. Acuse (diga) seus pecados com clareza, primeiro os mais graves, depois os mais leves. Fale resumidamente, mas sem omitir o necessário. Devemos confessar os nossos pecados e não os dos outros. Porém, se participamos ou facilitamos de alguma forma o pecado alheio, também cometemos um pecado e devemos confessá-lo (por exemplo, se aconselhamos ou facilitamos alguém a praticar um aborto, somos tão culpados como quem cometeu o aborto).

8. O QUE PENSAR DA CONFISSÃO FEITA SEM ARREPENDIMENTO OU SEM PROPÓSITO DE CONVERSÃO, OU SEJA, SÓ PARA "DESCARREGAR" UM POUCO OS PECADOS?

Além de ser uma confissão totalmente sem valor, é uma grave ofensa à Misericórdia Divina. Quem a pratica comete um pecado grave de sacrilégio.

9. QUE PECADOS SOMOS OBRIGADOS A CONFESSAR?

Somos obrigados a confessar todos os pecados graves (mortais). Mas é aconselhável também confessar os pecados leves (veniais) para exercitar a virtude da humildade.

10. O QUE SÃO PECADOS GRAVES (MORTAIS) E SUAS CONSEQUÊNCIAS?

São ofensas graves a Deus ou ao próximo. Eles apagam a caridade no coração do homem e o desviam de Deus. Quem morre em pecado grave (mortal) sem arrependimento, merece a morte eterna, conforme diz a Escritura: "Há pecado que leva à morte" (1Jo 5,16b).

11. O QUE SÃO PECADOS LEVES (ou também chamados de VENIAIS)?

São ofensas leves a Deus e ao próximo. Embora ofendam a Deus, não destroem a amizade entre Ele e o homem. Quem morre em pecado leve não merece a morte eterna. "Toda iniquidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte" (1Jo 5, 17).

12. PODEIS DAR ALGUNS EXEMPLOS DE PECADOS GRAVES?

São pecados graves, por exemplo: O assassinato, o aborto provocado, assistir ou ler material pornográfico, destruir de forma grave e injusta a reputação do próximo, oprimir o pobre, o órfão ou a viúva, fazer mau uso do dinheiro público, o adultério, a fornicação, entre outros.

13. QUER DIZER QUE TODO AQUELE QUE MORRE EM PECADO MORTAL ESTÁ CONDENADO?

Merece a condenação eterna. Porém, somente Deus, que é justo e misericordioso e que conhece o coração de cada pessoa, pode julgar.

14. E SE TENHO DÚVIDAS SE COMETI PECADO GRAVE OU NÃO?

Para que haja pecado grave (mortal) é necessário:

a) conhecimento, ou seja, a pessoa deve saber, estar informada que o ato a ser praticado é pecado;

b) consentimento, ou seja, a pessoa tem tempo para refletir, e escolhe (consente) cometer o pecado;

c) liberdade, isto é, significa que somente comete pecado quem é livre para fazê-lo;

d) matéria, ou seja, significa que o ato a ser praticado é uma ofensa grave aos Mandamentos de Deus e da Igreja.

Estas 4 condições também são aplicáveis aos pecados leves, com a diferença que neste caso a matéria é uma ofensa leve contra os Mandamentos de Deus.

15. SE ESQUECI DE CONFESSAR UM PECADO QUE JULGO GRAVE?

Se esquecestes realmente, o Senhor te perdoou, mas é preciso acusá-lo ao sacerdote em uma próxima confissão.

16. E SE NÃO SINTO REMORSO, COMETI PECADO?

Não sentir peso na consciência (remorso) não significa que não tenhamos pecado. Se nós cometemos livremente uma falta contra um Mandamento de Deus, de forma deliberada, nós cometemos um pecado. A falta de remorso pode ser um sinal de um coração duro, ou de uma consciência pouco educada para as coisas espirituais (por exemplo, um assassino pode não ter remorso por ter feito um crime, mas seu pecado é muito grave).

17. A CONFISSÃO É OBRIGATÓRIA?

O católico deve confessar-se no mínimo uma vez por ano, ao menos a fim de se preparar para a Páscoa. Mas somos também obrigados toda vez que cometemos um pecado mortal.

18. QUAIS OS FRUTOS DE SE CONFESSAR CONSTANTEMENTE?

Toda confissão apaga completamente nossos pecados, até mesmo aqueles que tenhamos esquecido. E nos dá a graça santificante, tornando-nos naquele instante uma pessoa santa. Tranquilidade de consciência, consolo espiritual. Aumenta nossos méritos diante do Criador. Diminui a influência do demônio em nossa vida. Faz criar gosto pelas coisas do alto. Exercita-nos na humildade e nos faz crescer em todas as virtudes.

19. E SE TENHO DIFICULDADE PARA CONFESSAR UM DETERMINADO PECADO?

Se somos conhecidos de nosso pároco, devemos neste caso fazer a confissão com outro padre para nos sentirmos mais à vontade. Em todo caso, antes de se confessar converse com o sacerdote sobre a sua dificuldade. Ele usará de caridade para que a sua confissão seja válida sem lhe causar constrangimentos. Lembre-se: ele está no lugar de Jesus Cristo!

20. O QUE SIGNIFICA A PENITÊNCIA DADA NO FINAL DA CONFISSÃO?

A penitência proposta no fim da confissão não é um castigo; mas antes uma expressão de alegria pelo perdão celebrado.




quinta-feira, 11 de março de 2010

Retiro Popular 2010



Apresento-lhes com alegria o Retiro Popular 2010, para o Tempo da Quaresma, com um roteiro de oração e de contato com a Palavra de Deus, no maravilhoso caminho para a Páscoa

A quaresma é uma graça especial para todos. É um período que vai da quarta-feira de Cinzas até a manhã da quinta-feira Santa. A igreja pede que “tanto a liturgia quanto na catequese litúrgica se esclareça melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do batismo e pela penitências, fazendo os fiéis ouvirem com mais frequência a Palavra de Deus e se entregarem à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” . O convite no começo da Quaresma, vivida como um retiro, é que todos iniciem a caminhada em direção à Páscoa, como quem se dedica a um intenso treinamento.
Os exercícios são exigentes, mas muito conhecido de todos. Comecemos com um dia de jejum e abstinência, a quarta-feira de Cinzas, o que também faremos na sexta-feira Santa. A abstinência de carne deve ser feita por todos que já completaram catorze anos de idade. O jejum deve ser feito por aqueles que completaram dezoito anos até sessenta anos começados. Além disso, todas as sextas-feiras do ano, especialmente as da Quaresma, são dias dedicados à penitência, exercício para a graça de Deus nos mantenha “em forma” para o testemunho corajoso de fé em nosso tempo.
Começando nosso tempo especial de formação, com a Palavra de Deus, lida e rezada! Separe, nestes dias, um tempo especial para rezar, tendo a Palavra de Deus como fonte do seu diálogo com Ele. Trata-se de ler com atenção, meditar sobre o que Deus diz com as leituras, conversar com Ele em oração, fazer silêncio e tomar novas decisões, confiando-as ao Espírito Santo, que conduz a nossa vida.

Primeira semana
Abrindo o coração para Deus Reze o Salmo 62, iniciando sua oração de retiro.

Primeiro domingo da quaresma
Dia 21 de fevereiro, primeiro domingo da Quaresma – “Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim”.
Dt 26,4-10
Sl 90
Rm 10,8-13
Lc 4,1-13

Dia 22 de fevereiro, segunda-feira, Cátedra de São Pedro – “O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma” – Na festa de hoje, orações pelo Papa Bento XVI.
1Pd 5,1-4
Sl 22
Mt 16,13-19

Dia 23 de fevereiro, terça-feira, São Policarpo – “O Senhor liberta os justos de todas as angústias”.
Is 55,10-11
Sl 33 (34), 4-5.6-7.16-17.18-19 (R/. 18b)
Mt 6,7-15

Dia 24 de fevereiro, quarta-feira – “Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido”
Dia de Via-Sacra no Retiro Popular.
Jn 3,1-10
Sl 50 (51), 3-4.12-13.18-19 (R/. 19b)
Lc 11,29-32

Dia 25 de fevereiro, quinta-feira – “Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor”.
Est 14,1-19
Sl 137 (138),1-8 (R/. 3a)
Mt 7,7-12

Dia 26 de fevereiro, sexta-feira – “Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?”
– Dia de Via-Sacra no Retiro Popular.
Ez 18,21-28
Sl 129 (130),1-8 (R/. 3)
Mt 5,20-26

Dia 27 de fevereiro, sábado – “Feliz é quem na Lei do Senhor Deus vai progredindo”.
Dt 26, 16-19
Sl 118 (119), 1-2.4-5.7-8 (R/.1b)
Mt5, 43-48

Contemplar o Cristo com os olhos de Maria – A oração do Rosário no Retiro Popular

Segunda semana: Quem reza limpa os olhos e vê o bem

Abrindo o coração para Deus.
Reze o Salmo 15, iniciando sua oração de retiro.

Dia 28 de fevereiro, segundo domingo da Quaresma – “O Senhor é minha luz e salvação”.
Gn 15,5-12.17-18
Sl 26
Fl 3,17-4,1
Lc 9,28b-36

Dia 1° de março, segunda-feira – “O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas”.
Dn 9,4b-10
Sl 78 (79),8.9.11.13 (R/. Sl 102 [103], 10a)
Lc 6,36-38

Dia 2 de março, terça-feira – “A todos os que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.
Is 1,10.16-20
Sl 49 (50),8-9.16bc-17.21 e 23 (R/. 23b)
Mt 23,1-12

Dia 3 de março, quarta-feira – “Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus”!
Dia de Via-Sacra durante a Quaresma.
Jr 18,18-20
Sl 30 (31),5-6.14.15-16 (R/. 17b)
Mt 20,17-28

Dia 4 de março, quinta-feira – “Deus vigia o caminho dos eleitos” – As quintas-feiras são dedicadas à Eucaristia. Faça a Visita ao Santíssimo Sacramento ou, se for possível, a Adoração Eucarística.
Jr 17,5-10
Sl 1,1-2.3.4 e 6 (R/. Sl 39 [40], 5a)
Lc 16,19-31

Dia 5 de março, sexta-feira – “Lembrai sempre as maravilhas do Senhor” – Dia de Via-Sacra durante a Quaresma.
Gn 37,3-4.12-13a.17b-28
Sl 104 (105),16-17.18-19.20-21 (R/. 5a)
Mt 21,33-43.45-46

Dia 6 de março, sábado – “O Senhor é indulgente e favorável”.
Mq 7,14-15.18-20
Sl 102 (103),1-2.3-4.9-10.11-12 (R/. 8a)
Lc 15,1-3.11-32

Contemplar o Cristo com os olhos de Maria – A oração do Rosário no Retiro Popular

Terceira Semana: O Senhor é bondoso e compassivo

Abrindo o coração para Deus Salmo 41.

Dia 7, Terceiro Domingo da Quaresma – “O Senhor é bondoso e compassivo”.
Ex 3,1-8a.13-15
Sl 102
1Cor 10,1-6.10.12
Lc 13,1-9

Dia 8, segunda-feira – “Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações como em Meriba!”
2Rs 5,1-15a.
Sl 41,(42), 2.3; 42 (43), 3.4 (R/. 41 [42], 3)
Lc 4,24-30
Ou facultativas (em algum dia da semana)
Ex 17,1-7
Sl 94 (95),1-2.6-7.8-9 (R/. 8)
Jo 4,5-42

Dia 9, terça-feira – “Recordai, Senhor, a vossa compaixão”.
Dn 3,25.34-43
Sl 24 (25),4bc-5ab.6-7bc.8-9 (R/. 6a)
Mt 18,21-35

Dia 10, quarta-feira – “Glorifica o Senhor, Jerusalém!”
– Dia de Via-Sacra no Retiro Popular.
Dt 4, 1.5-9
Sl 147 (147b), 12-13.15-16.19-20 (R/. 12a)
Mt 5, 17-19

Dia 11, quinta-feira – “Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor: não fecheis os vossos corações”.
Jr 7,23-28
Sl 94
Lc 1,14-23

Dia 12, sexta-feira – “Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!”
– Dia de Via-Sacra no Retiro Popular.
Os 14,2-10
Sl 80 (81),6c-8a. 8bc-9. 10-11ab. 14 e 17 (R/. cf. 11 e 9a)
Mc 12,28b-34

Dia 13, sábado – “Eu quis misericórdia e não sacrifícios”.
Os 6,1-6
Sl 50 (51),3-4.18-19.20-21ab (R/. cf. Os 6, 6)
Lc 18,9-14

Contemplar o Cristo com os olhos de Maria – A oração do Rosário no Retiro Popular

Quarta Semana

Abrindo o coração para Deus Salmo 50
Dia 14, Quarto Domingo da Quaresma – “Provai e vede quão suave é o Senhor”
Js 5,9a.10-12
Sl 33
2Cor 5,17-21
Lc 15,1-3. 11-32

Dia 15, segunda-feira – “O Senhor é minha Luz e salvação”.
Is 65,17-21
Sl 29 (30), 2.4.5-6.11-12a e 13b (R/.2ª)
Jo4,43-54

Dia 16, terça-feira – “Conosco está o Senhor do Universo! O nosso refúgio é o Deus de Jacó”.
Ez 47, 1-9.12
Sl 45 (46),02-3. 5-6.8-9 (R/.8)
Jo 5,1-16

Dia 17, quarta-feira – “Misericórdia e piedade é o Senhor”
-Dia da Via-Sacra do Retiro Popular
Is 49, 8-15
Sl 144
Jo 5,17-30

Dia 18 quinta-feira - “Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!”
Ex 32, 7-14
Sl 105
Jo 5,31-47

Dia 19, sexta – feira – Solenidade de São José, Esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria, Padroeiro da Igreja Universal – “Eis que a sua descendência durará eternamente”

-Dia da Via-Sacra no Retiro Popular
2Sm 7,4-5a.12-14a.16
Sl 88 (89), 2-3.4-5.27 e 29 (R/37.)
Rm 4, 13.16-18.22
Mt 116.18-21.24 ou Lc 2,41-51

Dia 20, sábado – “Senhor meu Deus, em vos procuro o meu refugio”
Jr 11,18-20
Sl 7,2-3.9bc-10.11-12 (R/.2a)
Jo 7,40-53

Contemplar o Cristo com os olhos de Maria – A oração do Rosário no Retiro Popular

Quinta Semana da Quaresma

Abrindo o coração para Deus reze o Salmo 64

Dia 21, Quinto Domingo da Quaresma – “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!”
Is 43,16-21
Sl 125
Fl 3,8-14
Jo 8,1-11

Dia 22 segunda-feira – “Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei, estais comigo”
Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62
Sl 22(23), 1-3a.3b-4.5.6 (R/.4a)
Jo 8,12-20

Dia 23, terça-feira – “Ouvi, Senhor, escutai minha oração e chegue até vós meu clamor”.
Nm 21, 4-9
Sl 101 (102), 2-3. 16-18.19-21 (R/.2)
Jo 8,21-30

Dia 24, quarta-feira – “A vos louvor, honra e glória eternamente!”
Dia da Via-Sacra no Retiro Popular
Dn 3,14-20.24.49a.91-92.95
Cântico: Dn 3,52.53.54.55.56 (R/.52b)
Jo 8,31-42

Dia 25 quinta-feira, Solenidade da Anunciação do Senhor – “Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor”. Mesmo sendo quinta-feira, contemplemos hoje os mistérios gozosos, nos quais se encontra Solenidade do Senhor que celebramos hoje. Na oportunidade, reze pela Arquidiocese de Belém do Pará e pela posso de seu novo arcebispo!
Is 7,10-1;8,10
Sl39
Hb 10, 4-10
Lc 1,26-38

Dia 26, sexta-feira – “ Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz!

-Dia da Via-Sacra do Retiro Popular
Jr 20,10-13
Sl 17 (18), 2-3a.3bc-4.5-6.7 (R/.cf7)
Jo 10, 31-42

Dia 27, sábado – “O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho”.
Ez 37,21-28
Cântico.: Jr 31,10. 11-12ab.13 (R/. cf. 10d)
Jo11, 45-56

Contemplar o Cristo com os olhos de Maria – A oração do Rosário no Retiro Popular

Semana Santa

Com a prática das cincos semanas da Quaresma, utilize o roteiro da Leitura Orante da Bíblia .
Dia 28 de março, Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”

Bênção de Ramos: Lc 19,28-40
Missa Is 50,4-7
Sl 21(22),08-9.17-18a.19-20.23-24 (R/.2a)
Fl 2,6-11
Lc 22, 14-23,56

Dia 29 de março, segunda-feira – “ O Senhor é minha luz e salvação”.
Is 42, 1-7
Sl 26(27), 1.2.3 13-14 (R/.1a)
Jo 12, 1-11

Dia 30 de março, terça-feira – “Minha boca anunciará vossa justiça”.
Is 49, 1-6
Sl 70 (71), 1-2.3-4a. 5-6a. 15 e 17 (R/. cf. 15)
Jo 13, 21-33.36-38

Dia 31 de março, quarta-feira – “Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus”.
Is 50, 4-9a
Sl 68(69), 8 -10.21bcd-22.31 e 33-34 (R/.14c e b)
Mt 26,14-25

Dia 1 de abril, quinta-feira – “O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor”

Missa do Crisma:
Is 61, 1-3a.6a. 8b-9
Sl 88(89), 21-22.25 e 27 (R/. cf.2a)
Ap 1,5-8
Lc 4,16-21

O Tríduo Pascal não preparação do Domingo da Ressurreição, mas é, segundo a s palavras de Santo Agostinho, o sacratíssimo Tríduo do \Crucificado, Sepultado e Ressuscitado.

Missa Vespertina da Ceia do senhor:
Ex 12,1-8.11-14
Sl115(116B), 12 -13.15-16c. 17-18 (R/.cf.1Cor 10,16)
1Cor 11,23-26
Jo 13, 1-15

Dia 2 de abril, sexta-feira da Paixão do Senhor – “Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito”.
Is 52,13-53,12
Sl 30(31), 2.6.12-13.15-16-17.25 (R/.Lc 23,46)
Hb 4,14-16;5,7-9
Jo 18,1-19,42

Para a Vigília Pascal, o ponto mais alto do Ano Litúrgico, cada pessoa deve levar à celebração uma vela, a qual será acesa do Círio Pascal, para a renovação das promessas batismais. A Vigília Pascal é celebrada na Noite santa de Páscoa, do dia 3 para o dia 4 de abril, com a bênção do fogo novo, as leituras que nos fazem acompanhar a historia da salvação, a Liturgia Batismal, com a renovação das promessas, e a Liturgia Eucarística.

1.Gn 1,1 -2,2 ou abrev. 1, 1.26-31a
Sl 103 (104), 1-2a 5-6.10.12.13-14.24.35c (R/.cf 30) ou Sl 32(33), 4-5.6-7.12- 13.20.22 (R/.5b)

2. Gn 22,1-8 ou abrev. 22,1-2.9a.10-13.15-18
Sl 15(16) ,5.8.9-10.11 (R/.1ª)

3. Ex 14, 15-15,1
Cântico: Ex 15, 1-2.3-4.5-6.17-18 (R/. 15,1ª)

4. Is 54, 5-14
Sl 29 (30), 2.4.5-6.11.12a.13b (R/.2a)

5. Is 55, 1-11
Cântico: Is 12, 2-3. 4bcd. 5-6 (R/.3)
6. Br 3,9-15.32 -4,4
Sl 18 (19), 8.9.10.11 (R/.Jo6, 68c)

7. Ez 36,16-17a. 18-28
Sl 41 (42), 3.5bcd; 42,3.4 (R/.41,2)
Ou quando há batismos: Is 12,2-3. 4bcd. 5-6(R/.3)
Ou Sl 50(51), 12-13.14-15.18-19 (R/.12ª)

8. Epístola: Rm 6,3-11
Sl 117 (118), 1-2 1ab-17.22-23 (R/Aleluia, aleluia, aleluia)

9. Evangelho: Lc 24,1-12


JEJUM DA QUARESMA

Primeira semana – Jejum da Lingua
Segunda semana- Jejum dos olhos
Terceira semana – Jejum “operação limpeza” remover as tralhas do nosso coração. E tudo deve ser entregue a misericórdia do Senhor na confissão
Quarta semana – Se colocar a serviço da sua paróquia
Quinta semana – Partilha de bens matérias

Dom Alberto Taveira Corrêia
Averbispo de Belém do Pará

IV Domingo da Quaresma


Js 5,9a.10-12
Sl 33
2Cor 5,17-21
Lc 15,1-3.11-32

Este Domingo hodierno, caríssimos, marca como que o início de uma segunda parte da Santa Quaresma. Primeiramente é chamado “Domingo Laetare”, isto é “Domingo Alegra-te”, porque, no Missal, a antífona de entrada traz as palavras do Profeta Isaías: “Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações!” Um tom de júbilo na sobriedade quaresmal! É que já estamos às portas “das festas que se aproximam”. A Igreja é essa Jerusalém, convidada a reunir seus filhos na alegria, pela abundância das consolações que a Páscoa nos traz! Este tom de júbilo aparece nas flores que são colocadas hoje na igreja e na cor rosa dos paramentos do celebrante.

Depois deste Domingo, o tom da Quaresma muda. A partir de amanhã, até a Semana Santa, todos os evangelhos da Missa serão de São João. Isto porque o Quarto Evangelho é, todo ele, como um processo entre os judeus e Jesus: os judeus levarão Jesus ao tribunal de Pilatos. Este condena-lo-á, mas Deus haverá de absolvê-lo e ressuscitá-lo! A partir de amanhã também, a ênfase da Palavra de Deus que ouviremos na Missa da cada dia, deixa de ser a conversão, a penitência, a oração e a esmola, para ser o Cristo no mistério de sua entrega de amor, de sua angústia, ante a paixão e morte que se aproximam.

Em todo caso, não esqueçamos: a Quaresma conduz à Páscoa. A primeira leitura da Missa no-lo recorda ao nos falar da chegada dos israelitas à Terra Prometida. Eles celebraram a Páscoa ao partirem do Egito e, agora, chegando à Terra Santa, celebram-na novamente. Aí, então, o maná deixou de cair do céu. Coragem, também nós: estamos a caminho: nossa Terra Prometida é Cristo, nossa Páscoa é Cristo, nosso maná é Cristo! Ele, para nós, é, simplesmente, tudo! Estão chegando os dias solenes de celebração de sua Páscoa!

Quanto à liturgia da Palavra, chama-nos atenção hoje a parábola do filho pródigo. Por que está ela aí, na Quaresma? Recordemos como Lucas começa: “Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para escutá-lo. Os fariseus, porém, e os escribas criticavam Jesus. ‘Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles’”. Então: de um lado, os pecadores, miseráveis sem esperança ante Deus e ante os homens, que, agora, cheios de esperança nova e alegria, aproximam-se de Jesus, que se mostra tão misericordioso e compassivo. Do outro lado, os homens de religião, os praticantes, que sentem como que ciúme e recriminam duramente a Jesus! É para estes que Jesus conta a parábola, para explicar-lhes que o seu modo de agir, ao receber os pecadores, é o modo de agir de Deus!

Quem é o Pai da parábola? É o Deus de Israel, o Pai de Jesus. Quem é o filho mais novo? São os pecadores e publicanos. Este filho sem juízo deixou o Pai, largou tudo, pensando poder ser feliz por si mesmo, longe de Deus, procurando uma liberdade que não passava de ilusão. Como ele termina? Longe do Pai, sozinho, humilhado e maltrapilho, sem poder nem mesmo comer lavagem de porcos – recordemos que, para os judeus, os porcos são animais impuros! Mas, no seu pecado, na sua loucura e na sua miséria, esse jovem é sincero e generoso: caiu em si, reconheceu que o Pai é bom (como ele nunca tinha parado para perceber), reconheceu também que era culpado, que fora ingrato… e teve coragem de voltar: confiou no amor do Pai. Cheio de humildade, ele queria ser tratado ao menos como um empregado! Esse moço tem muito a nos ensinar: a capacidade de reconhecer as próprias culpas, a maturidade de não jogar a responsabilidade nos outros, a coragem de arrepender-se, a disposição de voltar, confiando no amor do Pai! Para cada filho que volta assim, o Pai prepara uma festa (a Páscoa) e o novilho cevado (o próprio Cristo, cordeiro de Deus) e um banquete (a Eucaristia) e a melhor veste (a veste alva do Batismo, cuja graça é renovada na Reconciliação).

E o filho mais velho, quem é? São os escribas e fariseus, são os que pensam que estão em ordem com o Pai e não lhe devem nada, são os que se acham no direito de pensar que são melhores que os demais e, por isso, merecem a salvação. O filho mais velho nunca amou de verdade o Pai: trabalhou com ele, nunca saiu do lado dele, mas fazendo conta de tudo, jamais se sentindo íntimo do Pai, de tudo foi fazendo conta para, um dia, cobrar a fatura: “Eu trabalho para ti a tantos anos, jamais desobedeci qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos” O filho nunca compreendera que tudo quanto era do Pai era seu… porque nunca amara o Pai de verdade: agia de modo legalista, exterior, fazendo conta de tudo… E, agora, rancoroso, não aceitava entrar na festa do Pai, no coração do Pai, no amor do Pai, para festejar com o Pai a vida do irmão! O Pai insiste para que entre… mas, os escribas e os fariseus não quiseram entrar na festa do Pai, que Jesus veio celebrar neste mundo…

Quem somos nós, nesta parábola? Somos o filho mais novo e somos também o mais velho! Somos, às vezes, loucos, como o mais jovem, e duros e egoístas, como o mais velho. Pedimos perdão como o mais novo, e negamos a misericórdia, como o mais velho. Queremos entrar na festa do Pai como o mais novo, e, às vezes, temos raiva da bondade de Deus para com os pecadores, como o mais velho! Convertamo-nos!

São Paulo nos ensinou na Epístola que, em Cristo, Deus reconciliou o mundo com ele e fez de nós, criaturas novas. O mundo velho, marcado pelo pecado, desapareceu. Em nome de Cristo, Paulo pediu – e eu vos suplico também: “Deixai-vos reconciliar com Deus! Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nos tornemos justiça de Deus!”

Alegremo-nos, pois! Cuidemos de entrar na festa do Pai, que Cristo veio trazer: peçamos perdão a Deus, demos perdão aos irmãos! “Como o Senhor vos perdoou e acolheu, perdoai e acolhei vossos irmãos!” Deixemos que Cristo nos renove, ele que é Deus bendito pelos séculos. Amém.

Jejum, Penitência e Oração


Em nossos relacionamentos com as pessoas, existe um ritual que nós realizamos naturalmente, sem perceber. Por exemplo, quando queremos agradar uma pessoa a quem amamos, fazemos-lhe carinho, dizemos-lhe palavras boas, damos a ela alguma coisa, um objeto, um presente, que é nosso, de que nós gostamos, mas que queremos dar a ela como gesto de amizade.


De outras vezes, quando magoamos alguém, queremos fazer de tudo para apagar aquele gesto impensado: pedimos desculpas, lastimamos o nosso procedimento, até que sentimos que aquilo ficou esquecido. Nós nos penitenciamos diante das pessoas que amamos. Penitência é um ato de amor.

No nosso relacionamento com Deus, a penitência torna-se premente para nós. Temos necessidade de mostrar a Ele nosso amor porque tudo o que temos vem d’Ele e é d’Ele. Devemos mostrar-nos humildes diante d’Ele porque, sem a sua providência, nada somos. A recepção das cinzas na fronte, durante a missa da quarta-feira de cinzas, se feita com convicção, é um gesto de humildade muito agradável a Deus. Precisamos também nos penitenciar ainda mais porque erramos muito, pecamos e não correspondemos à magnitude do amor divino. Mas Ele é misericordioso e basta um pequeno gesto nosso em sua direção que Ele se consome de piedade por nós.

A penitência implica em arrependimento, dor por causa de nossas falhas e propósito de evitá-las e confiança na ajuda de Deus. Nutre-se da esperança na sua misericórdia. Ela se exprime de formas muito variadas, em particular, com o jejum, a oração e a esmola. Essas e muitas outras formas de penitência podem ser praticadas na vida cotidiana do cristão, em particular no tempo da quaresma e no dia penitencial da sexta-feira. A penitência interior é o dinamismo do “coração contrito”, movido pela graça divina a responder ao amor misericordioso de Deus.

A prática do jejum é uma forma de penitência. A Igreja nos pede o jejum durante a quaresma, mas podemos praticá-lo em várias situações. A propósito diz a legislação complementar do Código de Direito Canônico que: “Quanto aos cânn. 1251: 1. Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis nesse dia se abstenham de carne ou outro alimento, ou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade.” Conhecemos pessoas que se privam de guloseimas agradáveis ao paladar, colocando esse sacrifício como uma alavanca por intenção de um ente querido.

Há também o jejum da palavra ferina. Muitas vezes temos ímpetos de dar uma resposta ofensiva a alguém. Mas, se nos abstemos disto, estamos praticando jejum. Somos convidados, por fim, a jejuar de todos os sentidos como maus pensamentos, maus olhares, maus desejos, más palavras, uso indevido de nossas mãos e de nossos pés na busca desenfreada das paixões desordenadas.

O repartir os nossos bens com outras pessoas é também uma maneira de jejuar. Neste mundo consumista, queremos sempre ter e nos esquecemos de dar. É um jejum admirável quando a pessoa se desprende do que gosta em detrimento do outro que necessita daquilo.

Enfim, uma penitência maravilhosa, prodigiosa é a oração. Assim como, no nosso dia-a-dia é necessário conviver com as pessoas, falar-lhes e escutá-las, mais ainda é preciso praticar a oração com Deus, falar com Ele e escutar o que Ele nos diz. Não podemos limitar nossas orações a pedidos. Só queremos falar com Deus pedindo, pedindo, pedindo...

Primeiro, nós O louvamos pela sua grandeza e majestade infinita. Em seguida, nós devemos agradecer a Ele tudo o que temos e somos. Depois disto, então, pedimos uma graça, uma bênção, uma providência, um socorro. Alguém já disse que "a oração é à força do homem e a fraqueza de Deus", porque Ele é que nos amou primeiro e quer que sejamos felizes. Importante, muito mais importante ainda, é que nós saibamos escutar o que Deus tem a nos dizer. Nós, na maioria das vezes, queremos só falar, mas, como num diálogo, precisamos aprender a escutar a Palavra de Deus.

E Deus, na sua insondável misericórdia, nos fala de várias maneiras: através da Bíblia, através dos acontecimentos, através da palavra de um amigo e até de um estranho. A nossa vida é uma constante palavra de Deus. A nossa própria consciência é a presença de Deus nos alertando sobre alguma coisa, tanto quando praticamos um gesto nobre como quando erramos.Até em pensamentos podemos conversar com Deus. Ele nos deu vários caminhos para chegar a Ele, que está de mãos estendidas para nós. Só falta abrirmos o coração.


Padre Wagner Augusto Portugal.

Fonte: Catolicanet