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domingo, 21 de março de 2010

A consciencia como nosso grande juiz!!!


V Domingo da Quaresma Ano C

Esta expressão é do Evangelho desse domingo: às palavras de Jesus, os escribas e os fariseus “sentindo-se acusados pela própria consciência” retiraram-se (Jo 8,9). Está claro que tanto a mulher quanto aqueles zelosos custódios da lei de Moisés sentiam-se acusados, quiçá também se viam acusados todos aqueles que vieram para escutar a Jesus e inclusive o homem que cometeu adultério com aquela mulher. A consciência da mulher adúltera a acusava; talvez, no começo, menos por ter pecado contra Deus que pelo fato de ter sido flagrada. Ao encontrar-se com Jesus, aquela mulher foi mudando de atitude: tendo a Jesus diante de si, escrevendo no chão algo desconhecido, numa atitude paciente e acolhedora, a mulher adúltera foi percebendo que estava diante de alguém que a compreendia de verdade.

A consciência dos fariseus e escribas também não os deixava em paz, eles tinham a Jesus diante de si, também contavam com a compreensão do Senhor e, no entanto, não se arrependeram. Sentiram-se acusados sem arrependimento. De fato, existem momentos em que podemos sentir-nos acusados sem nenhuma referência a Deus, simplesmente por orgulho e amor próprio. Essa “acusação da consciência” não começa nem termina em Deus.

Aproximemo-nos cada vez mais do “do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar graça de um auxílio oportuno” (Hb 4,16), pois faltam poucos dias para que celebremos a Páscoa do Senhor, o acontecimento central da história da humanidade. Nesses dias, estamos procurando receber a graça e a misericórdia no sacramento da confissão. Daí a importância de que nos sintamos acusados no mais íntimo do nosso ser; que a nossa consciência, esse sacrário de Deus donde ele nos fala, se sinta sacudida nesses dias.

Não tenho dúvida que o irmão que tem esse texto diante dos olhos nesse exato momento sabe o que é o exame de consciência. Caso me permita, vamos falar um pouco mais dessa prática cristã tão antiga e tão atual. Ao examinar-nos todos os dias, deveríamos pedir ao Senhor que nos ajude a ver as nossas atitudes como ele as vê: os nossos pensamentos, as nossas palavras, os movimentos mais íntimos do nosso coração e todas as nossas ações. Desta maneira, a acusação que a consciência provoca em nós diante duma ação má, começará e terminará em Deus provocando uma espécie de tristeza salutar: “a tristeza segundo Deus produz um arrependimento salutar de que ninguém se arrepende, enquanto a tristeza do mundo produz a morte” (2 Cor 7,10).

O exame de consciência, especialmente para os que começam com essa prática piedosa, poderia reduzir-se a três perguntas. A primeira: o que eu fiz de bom no dia de hoje? Essa pergunta ajuda não só a dar glória a Deus por todo o bem que ele nos fez, mas também a ser otimistas e não ficar pensando que tudo vai mal. Não é falta de humildade reconhecer os nossos talentos e dons se esse reconhecimento vai acompanhado de ação de graças: obrigado, Senhor! Segunda pergunta: o que eu fiz de mal? Neste momento veremos, com calma e dor de amor, que ofendemos o nosso Deus que é amor, que somos ingratos, que pecamos: perdão, Senhor! A terceira pergunta inclui o desejo de alcançar algumas metas na vida espiritual: o que eu posso fazer melhor? Muitas coisas, mas é preciso especificar: amanhã não xingarei, terei mais paciência com o meu patrão, não ficarei olhando as mulheres que passam pela rua, não darei “patadas” nos outros etc. Peça: ajuda-me, Senhor! Termine com um ato de contrição: “Senhor Jesus, Filho de Deus, tende piedade de mim, que sou um pecador.” Amanhã, será um dia melhor. Ah, se você percebeu que precisa se confessar, não perca tempo: peça hoje mesmo o Sacramento da Confissão.


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