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sexta-feira, 5 de março de 2010

PACIÊNCIA E MISERICÓRDIA III Domingo da Quaresma!!!

A conversão constitui o apelo fundamental do Tempo da Quaresma, em preparação à Páscoa. A conversão não é algo de adquirido uma vez por todas. Trata-se de um processo fundamental: consiste fundamentalmente em deixar o mal e fazer o bem.
As leituras deste III Domingo mostram que, através da história, Deus faz apelos à conversão. A partir dela, Deus exerce a sua misericórdia.
O Deus presente na história do povo de Israel tem pena do seu povo e vai libertá-lo dos opressores (cf. 1ª leitura, Ex. 3, 1-8. 13-15). Paulo lembra que nem todos que foram objeto da ação misericordiosa de Deus na experiência do Êxodo corresponderam à Sua misericórdia. Servem de exemplo, de alerta, para que não façamos o mesmo (2ª leitura, 1Cor. 10, 1-6. 10-12).
No Evangelho (Lc. 13, 1-9) Jesus alerta que as catástrofes não devem ser interpretadas como castigos pessoais, mas como apelo de conversão para os sobreviventes. Deus concede o tempo necessário para se produzir em frutos de boas obras. Importa aproveitá-lo como tempo propício, vivendo a conversão.
O Senhor espera frutos da figueira, espera frutos de nossa vida cristã. A parábola põe em relevo a paciência de Deus na espera desses frutos. Ele não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva ( Ez. 33, 11) e, como ensina São Pedro, “usa de paciência convosco, não querendo que alguns pereçam, mas que todos cheguem à conversão” (2Pd. 3, 9). Esta paciência, ou essa clemência divina, não nos pode levar a descuidar os nossos deveres, assumindo uma posição de preguiça e comodidade que tornaria estéril a própria vida. Deus, ainda que seja misericordioso, também é justo, e castigará as faltas de correspondência à Sua graça.
“Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo” (Lc. 13, 03). Palavras severas, que nos fazem compreender que, com Deus, não se pode brincar; e, no entanto, palavras que procedem do amor de Deus que, por todos os meios, quer a salvação de todas as Suas criaturas. Deus já não fala hoje ao Seu povo por meio de Moisés, mas por meio de Seu Filho Jesus; faz-Se presente, não num silvado que arde sem se consumir, mas no Seu Filho Unigênito que, chamando os homens à penitência, personifica a misericórdia infinita que nunca se consome. Com essa misericórdia, Jesus suplica ao Pai que se prolongue o tempo e espere um pouco mais, até que todos se corrijam; assim como faz o agricultor da parábola, o qual, perante a figueira estéril, diz ao dono: “ Senhor, deixa-a ainda este ano…”. Jesus oferece a todos os homens a Sua graça, vivifica-os com os méritos da Sua Paixão, alimenta-os com o Seu Corpo e Sangue, pede para eles a misericórdia do Pai: que mais poderia fazer? Ao homem corresponde não abusar de tantos benefícios, mas valer-se deles para dar frutos de autêntica vida cristã.
Para ser um autêntico discípulo do Senhor, temos de seguir o seu conselho: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt. 16, 24). Não é possível seguir o Senhor sem a Cruz. Carregar a cruz – aceitar a dor e as contrariedades que Deus permite para nossa purificação, cumprir com esforço os deveres próprios, assumir voluntariamente a mortificação cristã – é condição indispensável para seguir o Mestre.
“Que seria de um Evangelho, de um cristianismo sem Cruz, sem dor, sem o sacrifício da dor?, perguntava-se Paulo VI. Seria um Evangelho, um cristianismo sem Redenção, sem Salvação, da qual – devemos reconhecê-lo com plena sinceridade – temos necessidade absoluta. O Senhor salvou-nos por meio da Cruz; com a Sua morte, devolveu-nos a esperança, o direito à Vida…” Seria um cristianismo desvirtuado que não serviria para alcançar o Céu, pois “o mundo não pode salvar-se senão por meio da Cruz de Cristo”.
O cristão que vive fugindo sistematicamente do sacrifício, que se revolta com a dor, afasta-se também da santidade e da felicidade, que se encontra muito perto da Cruz, muito perto de Cristo Redentor. “Se não te mortificas, nunca serás alma de oração” (Sã Josemaria Escrivá – Caminho, 172). E Santa Teresa ensina: “Pensar que (o Senhor) admite na Sua amizade gente regalada e sem trabalhos é disparate”. Deus vos abençoe Padre Josenilson

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